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Publicação Literária Em Debate Na Tradicional “Maka À Quarta-feira”

Marcada para quarta-feira, às 18h00, na sala de conferências da União dos Escritores Angolanos (UEA), a palestra terá como orador o professor de Literatura Africana do Instituto de Ciências Religiosas de Angola (ICRA) e coordenador do “Movimento Litteragris”, Hélder Simbad, que sobre a “Tunda Vala” revelou o seguinte, “tal como o Movimento dos Novos Intelectuais de Angola (MNIA), criou a “Mensagem”, o Movimento kixímbula”, canteiro novo em kimbundu, a revista “Archote”, nós, Movimento “Litteragris”, criámos a “Tunda Vala”, que vai na segunda edição.

Esta publicação é uma colectânea que envolve um “corpus” literário de manifestos, contos, poemas, crónicas e textos doutrinários, através dos quais pretendemos expressar as nossas inquietações e anseios. A “Tunda Vala” é uma expressão de ruptura, aliás,tal como toda a literatura, a instituição Literatura Angolana é dinâmica e desde a sua génese vem enfrentando vários conflitos dialécticos que, de forma natural, provocam constantes alterações no seu sistema semiótico.

O “corpus” literário angolano é uma “passerelle” de rupturas estéticas, onde desfilam épocas e aqueles que souberem inovar, revolucionando a arte literária nas suas variadas dimensões, irrompem, irremediavelmente, as barreiras temporais”.

Depois de publicada a colectânea, “Agris Magazine”, 2015, o “Movimento Litteragris”, núcleo de estudos literários fundado no dia 17 de Outubro de 2015, decidiu, em 2016, procurar um nome que melhor representasse o projecto da revista, fugindo os latinismos e outros estrangeirismos.

O nome encontrado foi “Tunda Vala”, uma das maravilhas naturais de Angola. No entanto, para justificar a dimensão “meta-textual”, entenda-se, reflexão sobre o próprio fenómeno literário, dos textos que são, na verdade, a materialização dos pensamentos vanguardistas dos fundadores do Movimento, a direcção da revista decidiu dividir o lexema “Tundavala” para se demarcar das gerações precedentes.

Assim “Tunda”, do kimbundu, significa mandar sair de determinado local, e “vala”, palavra em língua portuguesa, são dois termos que evidenciam uma ruptura iconoclástica entre a actual e anterior geração, palavras que deram origem à expressão “Tunda Vala”, nome definitivo da revista.

Palestra
Sobre o conteúdo da palestra, “Rupturas e continuidades na literatura angolana”, Hélder Simbad considera que “Rupturas” e “continuidades”, em literatura, são lexemas chaves para se descortinar, materialmente, o processo de evolução literária no âmbito da historiografia literária de qualquer país.

Ontologicamente, torna-se necessário afirmar que todo o processo de ruptura implica uma certa continuidade de valores estéticos, morais, científicos e sociais, apregoados num passado histórico recente ou longínquo, seleccionados instintiva ou racionalmente pela geração ou gerações emergentes. O passado, ainda que deficiente, será sempre a base que sustenta um determinado presente.

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